terça-feira, 29 de janeiro de 2008

6º Dia



09/01/08



Fomos despertados as 4 horas da manhã pela dona do Hostal (hospedagem), pois nosso destino nesse dia era conhecer os Geiser's de El Tatio, uma cratera de vulcão que fica a 90 quilometros de São Pedro. Chegamos com o nascer do sol, fazia 5 graus centígrados numa altitude de 4.200 metros. Nos deslumbramos com o visual, montanhas cobertas com gelo permanente e na cratera brotando agua quente formando enormes cortinas de vapor. Segundo nosso guia existe uma rocha vulcânica a 7.000 metros de profundidade, que aquece a agua e a faz brotar com temperaturas que variam de 30 a 100 graus centígrados. No local existem algumas piscinas que agradavelmente banham os turistas interessados, já outras a temperatura não permite. O café foi servido entre os vapores exalados, pois o próprio leite de caixinha (longa vida) foi aquecido nos vertedouros, no café também era oferecido chás, inclusive de coca para melhorar a oxigenação. No nosso grupo havia chilenos, uruguaios, norte americanos, austríacos e franceses. Ao retornar passamos por uma aldeia denominada "Machuca", uma vila de 20 casas aproximadamente no meio do nada, percebemos que sobre o telhado de todas as casas havia uma cruz, que na cultura dos moradores significa proteção. Visualizamos algumas lagunas formadas pelo desegelo dos picos nevados, com pássaros, vicunhas e lhamas. Retornamos as 14 horas a São Pedro e ao entardecer fomos curtir a cidade, conhecer seus mistérios, seus pontos turísticos. Em São Pedro do Atacama as características indígenas estão sendo preservadas apesar da invasão dos turistas, fazem cerca de 400 anos que não chove abundantemente e toda agua utilizada na cidade é proveniente do Rio São Pedro que é formado pelas aguas decorrentes do degelo.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

5º Dia

08/01/08
Segundo meus companheiros eu sou aquele que mais tem pressa, pois sei que na estrada será necessário parar varias vezes, saímos então as 9 horas, estava frio na noite anterior havia chovido. O primeiro ponto marcante nesse trajeto foram as salinas, um lago que secou se transformando num deserto de sal, ao passarmos pelo local entramos e tiramos várias fotos, conversamos com alguns turistas e trabalhadores da extração de sal. Chegamos então as 11 horas na aduana Argentina conhecida como "Passo de Jama", fizemos a documentação, tomamos um suco e entramos no Chile. Depois de percorrermos alguns quilometros atingimos um dos pontos mais altos com altitude equivalente a 4.800 metros, foi ai que a moto reduziu a potencia consideravelmente, com a falta de rendimento decidi tirar a tampa do filtro para tentar melhorar o seu desempenho, meu parceiro não teve este problema a sua moto andava mais, pois estava mais leve, não percebeu que eu parei pois não usava o tal de espelho retrovisor, depois de alguns quilometros percebeu nossa ausência, nos esperou cerca de 20 minutos. Dai para frente não tivemos mais problemas pois era só descida e a temperatura voltou a colaborar. Chegamos na aduana do Chile na cidade de São Pedro do Atacama por volta das 15 horas com um calor infernal. Rodamos um pouco até encontrarmos o "hostal vilama" (hospedagem), nesse momento então nos separamos pois o parceiro foi procurar um camping e não encontrando se dirigiu para Calama que fica a 100 quilometros de São Pedro. Fomos comprar uma pacote turístico para visitar os Geisers de El Tatio, depois saímos de moto para conhecer o "vale de la luna" lugar que impressiona pela misticidade, e por lembrar o solo lunar.

4º Dia

07/01/08

Acordamos, tomamos café (desayuno), um desjejum ao pé da letra, dois biscoitos salgados um croissant e um pingado de café. Eu e o Aderbal saímos a procura de viseira para o capacete do Rodrigo, (filho do Aderbal) também procuramos (azeite) óleo para a moto do Derba e não encontramos nada. Enquanto isso a Dirce providenciou a lavagem das roupas numa lavanderia próxima do Brisa Hotel, aproveitei e fui até um banco para sacar alguns pesos que demorou um pouco. Retornamos ao hotel e carregamos as motos, aproveitei um prestador de serviço que estava fazendo um reparo na porta do hotel para também fazer um conserto no suporte que estava furando o alforge. Prontos, partimos de San Salvador de Jujuy ao meio dia, passamos num posto com bandeira da petrobras para calibrar os pneus, desisti quanto vi o Aderbal tentando colocar ar com duas mangueiras o que achei muito estranho. Nosso destino era subir primeiramente até Purmamarca que fica mais ou menos a dois mil metros de altitude. Chegamos as 14 horas, e enquanto apreciavamos a beleza da montanha de 7 "colores" aproveitamos para sentar na praça e nos deliciar com empanadas recheadas de carne de lhama (jama). Purmamarca tem um beleza muito exótica e esta sempre rodeada de mochileiros do mundo todo.
Partimos la pelas 15 horas na direção de Susques, última cidade Argentina antes do Passo de Jama, (fronteira Argentina/Chile) a subida na costa do "lipan" é indescritível, pois é um zigue zague interminável nas magnificas montanhas. Pela primeira vez a Falcon começa a sentir falta de oxigênio e a temperatura que era 30 graus cai para 10, nos agasalhamos. Ao chegarmos no topo do lipan (vulcão adormecido) a altitude era de 4.170 metros. Continuamos com a companhia das montanhas até chegarmos em Susques as 19 horas, minha garupa surpreendeu-se com o tamanho da cidade e a arquitetura das casas (100), todas marrons feitas de barro (adobe) e do mesmo tamanho, cobertas de capim com barro. Abastecemos num posto típico de deserto, uma bomba de combustível e nada mais, aproveitamos para encher o tanque, o galão reserva e mais um litro e meio que levávamos em cima do baú, pois sabíamos que no dia seguinte seriam mais de 300 quilometros pelo deserto sem esse recurso. Ao sairmos do posto visualizamos o hotel "UN QUILAR", eta sorte encontrar um hotel assim! era aconchegante e belo, lembrei que havia feito reserva. O local era mágico, naquele momento os quatro aventureiros diante de tamanha beleza perderam a noção do tempo e do espaço, pois nem o frio e a falta de oxigênio (altitude 3.700m) ofuscaram o encantamento. Jantamos e aproveitamos para brindar com um bom vinho argentino. Nosso parceiro ao deitar para dormir falou "pedir desconto aqui é um desacato".

sábado, 19 de janeiro de 2008

3º Dia

3º Dia 06/01/08
Combinamos de sair as 7 da manhã, nosso mais novo companheiro resolveu seguir outro grupo que estava hospedado no mesmo hotel. Fomos então parados pela Policia Carabineira Argentina em Monte Quemado, que após preencher uma planilha com alguns dados nos desejou boa viagem depois de fazermos uma "colaboracion". Viajamos por alguns quilometros e ao passar por um posto de combustível, consultei meu parceiro para abastecermos as motos, lhe informei que o próximo posto era mais 100 km ele respondeu que não havia necessidade de combustível então seguimos. Depois de 90 quilometros percorridos eis que ocorre pane seca na minha moto, e ai, tive que torcer para que ele chegasse ao posto para retornar com combustível, enquanto eu e minha companheira curtiamos uma sinfonia de cigarras em pleno chaco argentino. Abastecemos, inclusive os galões de reserva que daí para frente nunca mais ficaram vazios, e paramos para almoçar em Quebrachal, um bife de quebrar o queixo de duro. O filho do nosso companheiro perdeu a viseira do capacete. Andamos por mais duas horas e entramos a ruta 9, toda duplicada, paramos no trevo de acesso a Salta, onde conversamos com dois aventureiros de Porto Alegre. Descansamos, comemos e partimos para San Salvador de Jujuy mais 85 quilometros que completariam nesse dia 700. Cidade antiga com 300 mil habitantes que vivem basicamente da exploração da cana de açúcar, nos hospedamos no Brisas Hotel com as motos estacionadas no saguão do hotel.

2º Dia

2º Dia 05/01/08
Levantamos as 7 horas, porém saímos as 7 e 40 com um convite da dona da pensão para passarmos por ali na volta nem que fosse para dizer um "oi", nos desejou boa viagem. Pegamos a ruta 14 e andamos até a 120, para pararmos em Ituizangó para abastecermos as motos. Nesse dia tomamos o segundo susto, ao sair do posto perdemos a bolsa que levamos em cima do tanque, por nossa sorte nosso companheiro estava atrás e achou. Viajamos então mais uns 30 quilometros e fizemos o primeiro pique nique num camping onde comemos um sanduiche gigante com dois litros de coca-cola.
As 14:00 chegamos em Corrientes cidade com mais de 300 mil habitantes, onde paramos num posto para descansar e acabamos encontrando um aventureiro também de Chapecó que viajava sozinho com o mesmo objetivo (São Pedro do Atacama).
Conversamos então com o Luiz Henrique por algum tempo esperando amenizar o calor.
Seguimos em frente agora com uma nova companhia, atravessamos a ponte sobre o Rio Paraná e paramos novamente num posto para fazermos a troca de óleo da minha moto que tinha atingido 1.000 km agora na cidade de Resistência já na ruta 16. O posto não oferecia o serviço, alias como todos na argentina. O serviço então foi terceirizado, porém, a troca foi feita somente após a leitura do manual da moto que estava na bagagem. O prestador do serviço era um ambulante, tinha todos os equipamentos dentro de uma picape renault da década de 30 e orgulhava-se disso dizendo que era a única na argentina. Chegamos então no hotel presidente em Roque Sanz Peña de transito complicado mas eles se entendem. Novamente aquele barulho de motonetas "grisolos" (grilos com besouros segundo os garupas), todos andando sem capacetes e como lá também obedecem o horário de verão foi até altas horas.

1º Dia

04/01/08 - Chapecó - Jorge Alem - 534 km.
Saída: 7:30 Chagada 19:00 horas
Importante: Pausa para tramite na aduana

Atrasamos meia hora a saída pois o nosso companheiro não encontrou a chave reserva da moto, chegamos em Dionísio Cerqueira la pelas 10 horas na casa da irmã do parceiro de viagem. O motivo era procurar ajuda para fazer a conversão dos reais por pesos e fazer o seguro "carta verde". Nessa manhã tivemos a primeira surpresa, caímos quando estávamos estacionados em frente a casa da irmã do nosso amigo, felizmente não passou de um susto.

Almoçamos e fomos até a aduana para fazer os trâmites de entrada, as motos chamaram atenção e foram fotografadas diversas vezes, enquanto aguardávamos alguns carimbos fomos abordados por um Sr. chamado Diaz, residente um Tubunas na Argentina que gentilmente nos convidou para que no retorno passássemos em sua casa para uma conversa sobre a viagem.

Partimos então as 13:30 pela ruta 14, pouco tráfego. La pelas 15 horas a chuva apareceu timidamente e foi embora. Chegamos em Oberá as 17 horas com sol, paramos e tiramos as capas de chuva. Pedimos ajuda ao um cidadão argentino no centro da cidade e ele gentilmente nos acompanhou com seu automóvel até o último trevo para retornarmos a rodovia.

Chegamos então numa cidade chamada "ALEM" e nos instalamos numa hospedagem denominada ruta 4, a dona da pensão era uma senhora muito simpática de 74 anos. Depois de tomarmos um banho, saímos para fazer um lanche e observar a cidade, muitas motos (biz, moto de família) tunadas com as descargas abertas e carros antigos, fotografamos alguns. Tivemos dificuldade para adormecer pois o barulho das motos era infernal.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O PLANEJAMENTO

Novembro de 2007.
Começa a procura de uma moto modelo Falcon e acessórios, encaminhei a carteira de habilitação internacional, convidei um casal de amigos que tinham realizado uma aventura parecida para um jantar na minha casa com a intenção de encorajar minha companheira "a garupa", que a partir dai começou a entrar no clima. Acentuei as pesquisas sobre distâncias, rodovias, cidades e pontos de referências.
Dezembro de 2007
Entreguei minha moto trilheira na troca da Falcon numa concessionária honda, depois de muito choro fechamos o negócio. Ganhei mais alguns acessórios de amigos e emprestei outros, há se não fosse os amigos! Tinha alguns que encorajavam, outros passavam apreensão. Dia 20 de Dezembro retirei a Permissão para Direção Internacional e encomendei um banco especial para maior conforto da "garupa". A parceira tratou de fazer a vacina contra a febre amarela, e encaminhar uma nova Cédula de Identidade, pois a atual tinha mais de dez anos. Dia 23 de Dezembro de 2007, domingo, fomos fazer o primeiro teste com a moto, andamos uma hora mais ou menos. Adquirimos mais alguns acessórios dia 26 e um amigo decide aventurar-se conosco levando seu filho de 11 anos.
Após todo o trajeto feito e refeito através da Internet e mapas, decidimos que partiríamos dia 03 de Janeiro de 2008. Como alguns imprevistos apareceram, adiamos então para a manhã de 04/01/08. Há como é importante o planejamento, não deixe para o último dia pois isso causa muita apreensão.